Eu vi o mal

Eu vi o mal. Passou por mim de forma assustadora, com seus olhos fixados aos meus, tentando me corromper. A princípio não dei atenção. Percebi mas virei o rosto. Foi quando me dei conta da importância daquele momento.

Pensei no motivo daquela criatura ali, num local sagrado, com pessoas de bem. Estava ele buscando confusão ou duvidando da minha fé? Por que passou ali? São perguntas que eu não conseguirei responder tão logo.

Tive vontade de ir atrás, dominá-lo e impedir que continuasse disseminando seu olhar duvidoso através de outros. Impedir que tentasse corromper corações como fez com o meu certa vez. Mas não fui. Não por medo. Tive pena.

Fiquei pensando na pobreza daquele ser. Na falta que lhe faz o amor, a amizade, a fé. Lembrei que ele não precisava ser dominado e sim salvo desse mundo obscuro com o qual se envolveu. Todos podem ser salvos. Eu um dia fui.

Hoje, de coração aberto, consigo mover massas, quando antes movia pessoas sem rumo. Hoje consigo plantar uma semente que irá germinar e trazer frutos no futuro, quando antes eu apenas plantava ervas daninhas.

Todos podem ser salvos, mas apenas se quiserem. Temos o livre arbítrio para escolher que caminho traçar, quais passos dar e de quantos tombos levantar. Eu escolhi o caminho do amor. Amar meus amigos, a mulher da minha vida, minha família.

Não faço parte de grupos e nem quero. Só peço a Deus que mantenha meu dom de conquistar o próximo. De aproximar e fazer o bem. No mais estou feliz. Descobri que a raiva me ocultou por anos de um amor incondicional. E agora tento recuperá-lo.

Assim eu decidi. Não vou mais odiar. Não mais julgar nem incriminar. Todos nós temos nossos motivos, todos nós podemos responder por nossas atitudes e nunca devemos negá-las. Não vamos viver de passado. O que aconteceu já foi. A partir de agora, pense em que irá fazer para o futuro.