sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Persistência

Eu não posso mais chorar por amor
Eu não posso mais chorar pelo leite derramado
Eu não posso mais chorar pelos dias a espera de te encontrar
Nem mesmo chorar pelo que ainda não aconteceu

Eu não posso buscar você em lugar algum
Eu não posso buscar esperança onde não há vontade
Eu não posso buscar vida onde só há tristeza
Nem quero buscar sorrisos quando restam apenas lágrimas

Eu não quero parar de tentar
Eu não quero ser o ultimo nem o primeiro, apenas o único
Eu não quero piedade nem boas ações
Nem mesmo quero a dor de perder uma paixão

Eu não preciso acreditar em contos de fadas
Eu não preciso acreditar em destino
Eu não preciso acreditar em nós dois
Nem preciso acreditar que tudo será fácil

Eu não sei quanto tempo irá durar assim
Eu não sei por que começou dessa forma
Eu não sei até onde tudo vai
Sei apenas que tudo dá certo no final
E se ainda não deu certo, é porque não chegou o fim

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Louca mente apaixonada

Quisera você não fosse uma louca mente apaixonada
Mente louca essa de simples manifestações singelas de amor
Amor de poucas coisas, de poucos centavos
Que valem mais que um milhão e tem crises toda hora

Crises de altos e baixos onde a moeda nunca perde valor
Onde amor não tem preço, apenas fases, vez ou outra
Fases essas que nos ajudam a crescer e perceber
O quanto são valiosos os momentos nossos a dois

Dois que se tornam apenas um
Um que se torna eterno e infinito onde nada mais importa
Onde o importante é aproveitar o máximo cada mínimo instante
Para depois ter muita saudade guardada e fazer tudo outra vez

Outra vez que se repete, que insiste, que dá medo
Medo que logo é eliminado pela euforia, pelo frio na barriga
Pela esperança de acreditar que agora vai e nada nos impedirá
Mesmo que o mundo caia contra nós, mesmo que nós enfrentemos o mundo

Mundo cheio de caminhos, trilhas e obstáculos
A que estamos destinados percorrer juntos
Com as duas mãos agarradas, de forma cruzada e esquisita para todos
Mas que para nós significa segurança, confiança e conforto

Conforto dado após o sono longo da noite fria e silenciosa
Após o derramar das lágrimas do adeus
Durante as longas conversas e palavras escolhidas
Até a esperança de se ver mais uma vez

Esperança que constrói dias e semanas
Move os músculos do corpo e a vontade de existir
Alimenta o coração e cura as feridas
E nos faz sonhar noites a fio

Sonho que um dia espero se tornar realidade
A realidade de não precisar esperar mais do que uma tarde
Para presenciar a simples companhia
Dessa louca mente apaixonada por mim

sábado, 8 de novembro de 2008

Amor à primeira vista

Eu não acredito em amor à primeira vista. Afinal, quem vê cara não vê coração. Então como posso olhar para alguém que nunca vi antes e dizer: Eu te amo! Impossível. O que pode rolar é uma atração física, olhares compatíveis, detalhes que atraem a atenção de ambos, uma boa conversa, mas amor não.

Talvez um amor à segunda vista ou terceira, quarta, quinta, um mês inteiro, aí sim pode ser possível. Mas ainda duvidoso. Todo início de relacionamento é aquela maravilha. Flores, bombons, viagens e tudo mais. Dois anos depois isso serão apenas lembranças em meio a choros e reclamações. Aonde é que foi parar o amor à primeira vista?

A verdade é que amor se constrói com o tempo e não com a razão. Não é possível amar alguém apenas porque você quer. Aquela frase que alguns vivem repetindo: “a gente tem que aprender a gostar de quem gosta da gente”. É absurda. Eu não escolho gostar de ninguém.

Aliás, como muita gente já me disse: “gostar” a gente gosta de doce também. Dessa forma, existe a obsessão e a conveniência. Estar com alguém porque é obcecado por ele ou ela ou por conveniência e medo de ficar sozinho.

Talvez você ame uma ou duas pessoas, no máximo, por toda sua vida, mas ficar sozinho só fica se quiser ou se for muito chato. Não saia desesperada por aí procurando amores à primeira vista. São esses “amores” que irão te fazer arrancar os cabelos no futuro.

Não se cegue com isso, procurando perfeição onde não existe ou qualidades que você projeta na pessoa como se fosse um conto de fadas. Isso é pior que os finais das telenovelas.

Se quiser viver um grande amor, precisa ter paciência, aprender a esperar, a suportar dores e chateações, a pensar duas, três, quatro ou mil vezes. É preciso saber que os casamentos que duram 50 anos também tiveram seus altos e baixos, mas sobreviveram justamente porque houve paciência e não imediatismo.

O mundo hoje parece querer tudo pra amanhã. E amor não é igual aos processadores da Intel. Eles não aumentam de velocidade com o passar dos anos, mas podem diminuir com o passar de meses ou dias.

Amor é igual àquela casinha que você comprou à prestação de 30 anos e sempre que sobra um dinheirinho você faz aquela reforma, ajusta daqui, aumenta dali, fecha vazamentos e infiltrações, acrescenta novas janelas e portas, sempre mantendo tudo em ordem. Isso é amor. É manutenção, é esforço, dedicação.

Nem pense em sentar no sofá e querer que sua esposa lhe faça massagens todos os dias se você sequer a leva para jantar aos finais de semana. Nada dura pra sempre desse jeito. E se você não consertar o encanamento, o encanador consertará.

Quando se sentir sozinha e aparecer aquele cara que te atrai, não vá se atirando e fazendo juras de amor eterno. Isso só contribui para que a dor e a decepção sejam maiores no final. Vá com calma, conheça, avalie, lembre-se que ele ou ela tem tantos defeitos quanto você.

Lembre-se que morar juntos não é tão fácil quanto parece vendo seus pais. Na verdade, nem é fácil assim para eles também. Não é porque você não pode ver que não existe problema algum.

Mas se depois de seis ou sete anos o beijo ainda for viciante, o carinho causar arrepios, o sexo for cada vez melhor e ainda houver papo entre os dois. Ah! Aí sim você pode dizer que cada dia é sempre um amor à primeira vista.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Todo mundo precisa

Melhor do que dividir uma panela de brigadeiro é dividir uma panela de brigadeiro debaixo das cobertas, com tempo de chuva, assistindo um bom filme, olhar um para o outro, perceber a boca melada de chocolate, dar aquele beijo bagunçado e depois cair na risada vendo toda aquela meleca.

Melhor do que ligar é ligar no meio da madrugada, somente para ouvir aquela voz rouca de sono e indignação por ter sido acordado, mas consertar tudo com um “eu estava pensando em você... te amo”.

Melhor do que fazer uma visita inesperada é fazer uma visita inesperada, mas colhendo flores pelo caminho e formar aquele buquê indefinido com diversas espécies que talvez nem se encontre para comprar e que talvez nem tenha cheiro, mas que vale como rosas vermelhas recém colhidas só pelo sorriso de quem recebe.

Melhor do que um CD de músicas românticas é pegar um violão, decorar algumas musiquinhas bregas e tentar cantar, mesmo que desafinado, mas fazer de tudo para dizer a ela que um dia lhe fez uma serenata.

Melhor do que escrever uma única carta é escrever vários bilhetinhos, mensagens de texto SMS, depoimentos no Orkut, poeminhas via MSN, recados debaixo do travesseiro, fazer um mapa textual para que ela saiba que você está sempre ali, bem pertinho.

Melhor do que um jantar num restaurante chique é um jantar improvisado, naquela república velha em que o pessoal resolveu viajar, algumas velas espalhadas, um bom vinho e uma comida nada digna dos grandes chefes, mas preparada com muito amor e carinho.

Melhor do que cafuné é o cafuné enquanto ela deita em seus braços, começa a conversar e dê repente dorme por se sentir tão confortável e aconchegante. Melhor ainda é rir dela acordando assustada depois de ter babado em sua camisa.

Melhor do que ficar dizendo “eu te amo” é apenas olhar, respirar fundo e não precisar dizer mais nada.

Dividir um pote de sorvete, fazer guerra de água enquanto se lava a louça, tomar aquela chuva durante o piquenique, entrar com roupa e tudo debaixo do chuveiro aos beijos e abraços, acordar com café da manhã na cama vendo aquelas torradas um pouco passadas do ponto e o suco um pouco sem açúcar.

As coisas simples da vida, que muitos não notam, alguns nunca conheceram, mas todos sentem falta. São essas as lembranças que guardamos, as fotos que nunca queremos jogar fora e é isso que nos faz suspirar só de pensar.

Criamos barreiras, fingimos que não nos importamos, caímos na night para nos misturarmos a um mundo que, por mais gente que tenha, não nos completa quando chegamos em casa às 6h da manhã.

Quando tudo o que queremos é alguém para dizer: “oi amor, acabei de chegar, estou indo aí ficar com você”.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

A força de ser

Certos problemas parecem insolúveis. Trazem-nos dores, perdas, fracassos por anos a fio. Cada um sabe a fraqueza que tem, cada um tem um problema diferente, mas nem todos conseguem lidar com ele.

Já cansei de falar em meus textos que quando imaginamos que temos um problema, devemos lembrar que outros possuem piores. Isso deve aliviar o peso sobre nossos ombros, mas não é solução. Como dizem que cada um carrega a cruz que consegue, então esteja preparado. Você ainda precisa resolvê-lo.

Um mínimo incômodo para mim, pode parecer uma catástrofe para outros. Isso não me torna melhor, apenas um pouco mais forte, ou seja, o que eu carrego nos ombros é mais pesado e massacraria esse alguém.

Porém, por mais forte que sejamos, sempre teremos fragilidades. Até os mais poderosos super-heróis dos quadrinhos possuem fraquezas que podem matá-los. É por isso que eles combatem vilões, caso contrário ninguém ousaria enfrentá-los.

Mas você só se torna herói quando enfrenta seu inimigo cara a cara e não deixa nunca que ele o vença, mesmo quando há golpes sujos ou trapaças. Seu ponto fraco deve ser a parte mais protegida, onde a armadura precisa ser quase impenetrável. A cada vacilo seu, o calcanhar de Aquiles fica à mostra e é nesse momento em que o vilão dá história aparece, pois ele sabe que será fácil te abater.

Ser um herói cansa, dói e nos traz dúvidas, vontade de desistir. E muitos desistem fácil, pois não têm onde se apegar, onde recuperar forças. Muitos destroem a própria vida e, em conseqüência, a dos outros também.

São famílias que se vão, casamentos que não dão certo, amigos já não mais inseparáveis e aí, a solidão. Herói nenhum luta sozinho. Nenhum. Como também os inimigos não. Um herói sozinho é alvo fácil para qualquer ataque e certamente será derrotado.

Algumas vezes me falaram que sou bom, que me preocupo com as pessoas, que estou sempre disposto a ajudar. E digo que sim. Se o seu problema for apenas um incômodo para mim, então ajudo com o maior prazer, pois sei que estou fazendo aliados.

Já se o seu problema for maior do que o meu, então nada posso fazer sozinho. Mas chamarei os aliados que conquistei para ajudá-lo a se levantar. A união realmente faz a força. E eu sei bem que um peso dividido é muito mais fácil de carregar.

Nenhum problema é insolúvel, desde que se tenha humildade para assumi-lo. Dessa forma, todos poderão ver e você não precisará mais buscar a solução, pois ela virá até você.

A principal fonte de vida que te faz um herói, que te recompõe, sempre é a sua vontade de ser, a sua vontade de lutar, não desistir nunca. Por mais que derrotemos os inimigos, ainda existirão Coringas e Lex Luthors contra nós.

O que o torna forte é saber disso e estar preparado. Não se deixar abater pela insistência deles. Viver não é só alegria para ninguém. Viver é uma batalha constante de vitórias e derrotas.

Parece triste, mas não é. Para todos é dessa forma. Nem mais, nem menos. O que faz a vida ser boa não é o tanto de vitórias que você consegue, mas o que você aprende com as derrotas e segue em frente.

domingo, 21 de setembro de 2008

Amigos

O que você faria se todos os seus amigos desaparecessem? Se você ficasse sozinho em uma parte do mundo sem mais ninguém? Provavelmente se sentiria perdido, isolado, como se nada fizesse sentido. Sem ninguém para conversar ou rir, com estranhos a sua volta te olhando de forma nada amigável.

Assim me sinto ao ter que deixar parte de um todo. Meus amigos não desapareceram, mas terei de deixar alguns pra trás, por um bem maior. Sei bem o que é isso. Já passei muitas vezes pela mesma situação, mas há nove anos não sabia o que era essa sensação.

Pessoas as quais convivemos, aprendemos, amamos e até brigamos. É um sentimento que não consigo explicar, mas sei que as coisas acontecem na hora certa para que tudo, no final, possa se ajeitar.

Com tanta experiência em minha vida, perdendo e deixando pessoas ano a ano, acabei por aprender o que hoje considero um dom: esperar. A paciência é algo que nasce com alguns, mas para outros vêm com o tempo. Aprende-se a aceitar e a entender.

Sei que não é o fim do mundo, que hoje existem inúmeros meios de comunicação, porém não é esse o ponto em que quero chegar. Internet e telefone nem sempre aproximam. Às vezes reforçam ainda mais o significado da distância, mostrando que não há outros meios. Dessa forma, com o tempo, perde-se a afinidade e, conseqüentemente, o contato.

“Para estar junto não é preciso estar perto e sim do lado de dentro”. Uma frase tola que li em um cartão numa papelaria e me despertou um significado diferente para isso. Nem sequer tinha autor.

Então percebi que só depende de nós mesmos estarmos juntos e não o fato de estar presente em carne e osso todos os dias. Muitas vezes, a lembrança é algo mais forte do que a presença.

A lembrança traz a saudade, desperta o desejo, o interesse, atrai memórias boas e ruins, mas reativa nosso coração para o que realmente aquela pessoa nos significa. É assim que sentamos à frente do computador por horas, deixamos mensagens carinhosas no Orkut ou gastamos alguns créditos de celular.

A marca que deixamos nas pessoas depende única e exclusivamente de nós mesmos. A manutenção da amizade, do amor é o que fazemos todos os dias, tatuando um pedacinho da gente nas pessoas que gostamos para que, mesmo com a distância, não caiamos no esquecimento.

Nem sei como agradecer a todos os amigos que conquistei aqui. Porém, ao contrário do que alguns falaram, não os estou abandonando. Digamos que passarei um tempo longe, mas minha presença continuará sempre aqui e todos vocês também continuarão sempre comigo.

Talvez alguns eu nunca mais veja. Mas sempre daremos um jeito de trocar algumas palavrinhas por aí, qualquer que seja o meio. O que importa é que não é a dor da perda e sim do afastamento.

Essa dor passará a partir do momento que estaremos lembrando uns dos outros e sabendo que estamos ali, a um click de distância, talvez. O que uma vez entra no coração por amor, jamais consegue sair. E eu tenho provas disso.

A todos que amo.

sábado, 6 de setembro de 2008

ÃO

Rimar com ão é simples como um aperto de mão
É fácil como ganhar um tostão para comer um pedaço de pão
Imaginável em dimensão e sempre motivo de atenção

Uma comum terminação
Que todos utilizam por ser de melhor compreensão
Mesmo que alguns sequer tenham noção

Em uma canção
Quase todo ão é refrão
E quase todo refrão possui súplicas por perdão

O amor é ão
O homem forte é ão
Até mesmo o cachorro é ão e, às vezes, ãozão

Coitado do inho
Tão pequenininho
Que fica escondidinho

Quase sempre brinca sozinho
Por representar tão pouquinho
Sempre deixado de ladinho

Porém, o inho pode ser ão se usado certinho
“Meu amorzão” fica um pouco grotesco
Mas “meu amorzinho” é bonitinho

Um “cafézão” é overdose
Mas cafezinho é sempre bem vindo
Além de te deixar um pouco mais animadinho

O inho é mais difícil por ser delicadinho
Deve-se usá-lo com carinho
E, na maioria das vezes, dá tudo certinho

O ão então fica com uma inveja deste tamanhão
Faz o maior bicão e quase tropeça e cai no chão
Esborrachando seu cabeção no calçadão

Não devem brigar, nem se invejar não
Pois inho e ão devem sempre andar juntinhos
Formam com precisão um par perfeitinho

Para “ela”, ele sempre será seu amorzinho
E, para ele, o fortão
Ela sempre será um mulherão

sábado, 23 de agosto de 2008

Às vezes

Às vezes eu sofro
Às vezes eu grito
Às vezes eu bato
Às vezes eu corro
Às vezes eu sorrio

Às vezes estou presente
Às vezes longe
Às vezes fujo
Às vezes busco
Às vezes nem sei aonde vou

Às vezes eu conto
Às vezes eu choro
Às vezes aconselho
Às vezes eu moro
Às vezes nem sei quem sou

Às vezes me perco
Às vezes me acho
Às vezes me estranham
Às vezes me apanham
Às vezes me matam

Às vezes eu quero
Às vezes não
Às vezes eu amo
Às vezes quero ser amado
Às vezes espero sentado

Às vezes um dia
Às vezes chuva
Às vezes piscina
Às vezes shopping
Às vezes diversão

Às vezes eu beijo
Às vezes eu mordo
Às vezes eu xingo
Às vezes eu ouço
Às vezes nem tenho razão

Às vezes eu durmo
Às vezes acordo
Às vezes sonho
Às vezes recordo
Às vezes quero paz

Às vezes escrevo
Às vezes sem inspiração
Às vezes lêem
Às vezes apenas passam
Às vezes não dão atenção

Às vezes perco
Às vezes jogo
Às vezes passo
Às vezes logo
Às vezes demora

Às vezes tenho futuro
Às vezes não consigo vê-lo
Às vezes o tempo passa
Às vezes congela
Às vezes o espaço sem fim

Às vezes a vida vem
Às vezes me mostra
Às vezes não quero
Às vezes cruzo os braços
Às vezes espero ela passar sem mim

sábado, 19 de julho de 2008

Viver a vida

Os valores que agregamos a cada pessoa, diz quem nós somos nessa vida. Outro dia me deparei com uma situação que me fez parar para pensar. Disseram-me coisas que realmente calaram minhas palavras.

Alguém que apenas reclamava, desistia, chorava e se desesperava. Não consegui compreender o motivo de tanta revolta, de tanto rancor com tudo e todos. Fiquei tão estático quanto uma estátua a observar os pombos.

Calei-me e saí. Confesso que fico com raiva nessas horas, pois não consigo acreditar em tanto pessimismo. Porém, antes de falar, tento pensar mil vezes para escolher as palavras certas na hora certa. Um dia descobri que a raiva é um sentimento que nos torna ignorantes, portanto, falamos coisas sem pensar e, quando percebemos, não há mais tempo para se arrepender.

Passei alguns dias observando as pessoas, os objetos a sua volta, as coisas que cada um faz, as situações em grupo. Não cheguei à conclusão alguma, apenas reforcei a idéia de que cada um é o que é em particular. Cada um tem seu jeito de ser e agir e que devemos respeitar isso ou morreremos sozinhos.

Dessa forma, meu ódio sumiu. Entendi que, realmente, quando alguém te estapeia, nem sempre quer dizer que não te gosta, mas muitas vezes que gosta tanto que não consegue expressar isso de uma forma única todos os dias, se inconformando com a situação.

Tenho momentos baixos também, em que meu astral está desintegrando perante meus olhos e não consigo ver solução para nada. Nessas horas, mal sei que a solução não é buscar soluções e sim continuar caminhando.

Acreditar em Deus e saber que se a tua fé nele for tão grande quanto a dele em você, então Ele guiará cada passo seu para o caminho certo, mesmo que, para isso, você precise pisar em alguns espinhos. Afinal, são apenas alguns espinhos e não uma coroa inteira.

Abra os olhos para poder ver melhor, respire profundamente e pense que, se você tem um problema, é porque ainda está vivo. Estando vivo, seus problemas não são nada perto dos de muitos.

Quando me pego reclamando demais, me decepciono comigo mesmo depois. Minha fraqueza humana nem sempre consegue me deixar centrado de que eu posso chutar essa pedra em meu caminho para longe. Se há muitas pedras, então se torne um “chutador” profissional.

Limpe seu trilho não pensando no caminho mais fácil para você, mas pensando que, para os que te seguirem, o chão estará limpo. Longe das dores, calos e feridas que sofreste.

Quando não entendemos porque Cristo se “deixou levar” para a cruz, devemos pensar que ele o fez para limpar os nossos caminhos. Ele chutou as pedras para longe, porém mesmo com todo esse esforço, ainda restaram algumas. Essas, nós mesmos devemos cuidar.

Nem sempre as coisas acontecem da maneira que desejamos. Cada dia é diferente e, conseqüentemente, cada ação contida nele também.

Num dia sua mãe briga com você por estar irritada com o trabalho. Você a odeia, se magoa, se fere. Noutro ela te coloca pra dormir, te da um abraço, um beijo e lhe deseja boa noite. O amor.

O amor é duas vezes mais forte que a raiva, pois a raiva é um sentimento alienado, vindo de sua consciência impura imposta pelos males da sociedade. O amor é puro por si só. É a doação, o sacrifício, a superação, dedicação, garra, determinação, eternidade.

Tudo isso em um único sentimento que não adquirimos com o tempo, mas nascemos com ele. Surgindo durante a consumação de um casal apaixonado ou ao abrir dos olhos para a vida.

O amor é o que consegue fazer teu cérebro parar de pensar besteiras e movimentar o corpo. É o que desafia qualquer problema, o que quebra qualquer barreira. É deixar as dúvidas de lado e ter calma para encarar as situações que a vida nos impõe.

Se mais uma vez você ficar mal, reclamar do que não tem, se deixar derrotar, desacreditar na sua capacidade de ser, tenha fé em teu amor. Saiba que, acima de tudo, ele completa cada espaço vazio em sua alma.

Peça, reze, agradeça, tente incansavelmente. Quando menos esperar, tudo estará normal. Quem muito reclama da vida, não sabe o valor que ela tem. Portanto lembre-se que, depois da chuva vem o Sol, trazendo o arco-íris. Espere pelo melhor e o melhor terá.

sábado, 5 de julho de 2008

Valer à pena

Existem coisas que fazem a nossa vida valer à pena. Muitos pensam em desistir mesmo sabendo disso. Momentos de fraqueza, decepção, ódio, culpa, redenção.

Quando você acha que já tem todas as respostas, a vida vem e muda todas as perguntas, disse Bob Marley um dia. É a pura verdade. Vivemos buscando respostas para todas as perguntas da vida, mas nunca aceitamos as coisas como elas são.

Ofendemos a pessoa errada, nos decepcionamos com alguém que não esperávamos, encontramos o amor de nossas vidas e nunca sabemos como. Seria tão simples e fácil se apenas aceitássemos, sem querer saber por quê.

Eu, por exemplo, ando sem inspiração para escrever. Alguns perceberam que não posto um texto novo há semanas e sempre me cobram isso. Não sei por que não escrevi. Só sei que as palavras não me vêm à mente.

E às vezes fico tentando achar uma explicação para quando elas chegam tão depressa que eu preciso escrevê-las antes que se vão. Já ouvi falar que isso se chama bloqueio de escritor. E que também é um saco ter datas para escrever.

Gosto de expor minhas idéias, mas nem sempre as tenho. Como qualquer humano normal, há semanas em que minha mente esta tão vazia quanto meu blog. Certas horas a quietude é mais agradável.

Já dizia um sábio filósofo chinês, “quando falares, cuida para que tuas palavras sejam melhores que o silêncio”. Então é isso. Não se assustem se demorar a escrever, apenas tirei um tempo para pensar e ver se realmente vale à pena continuar assim.

Para uns, minhas palavras são salvação e para outros, desagrado. Não posso conquistar o mundo, apenas parte dele. E é para essa parte que eu falo aqui.

Parei de tentar encontrar explicação para o que não existe. Creio que se Vinícius ou Jobim estivessem vivos, concordariam comigo. Tantos e tantos textos publicados, porém a maioria tirada de um dia cansativo e sem inspiração, pressionados pelo relógio da redação de um jornal.

Arnaldo Jabor que o diga. Às vezes seus textos são frustrantes, como os meus. Outros são magníficos e inspiradores. Agora eu os compreendo. Não há hora para se ter idéias. Elas chegam à velocidade do som e se vão à da luz.

Quem aproveitou se deu bem. Quem demorou, passou.

Procuro sempre aproveitar essas idéias e pensamentos e por mais banais que pareçam eu os exponho. Sempre tem um louco que concordará comigo. E como de médico e louco todo mundo tem um pouco, talvez todos concordem.

Fica aqui então meu desabafo. Onde a poesia não passa de uma inspiração a respeito de uma árvore, fotografia ou noite mal dormida. “Os sonhos vêm, os sonhos vão, o resto é imperfeito”, por Renato Russo.